quarta-feira, 22 de abril de 2020

Não confunda a reação do oprimido com a violência do opressor (Malcolm X)


 Historicamente as minorias sempre foram vítimas da opressão e o do ódio dos poderosos. Todo o poder de opressão 
sempre foi concentrado no homem, hetero, branco, cis e rico.

 No Brasil, os 300 anos de escravidão e açoites, o genocídio dos índios. Na Europa, a caça às bruxas que condenavam mulheres vivas somente por pensarem por si próprias, no Mundo, a perseguicao milenar contra LGBTs que persistem até hoje, a intolerância religiosa principalmente com religiões afros e pessoas sem religião (principalmente aqui no Brasil), em todo mundo capitalista, a repressão de classe e a exploração de trabalho dos mais pobres..

 Desde que o Brasil é Brasil e que o Mundo é Mundo, o ódio imposto pela direita e pelos grupos dominantes principalmente oriundos das elites foram naturalizados e aceitos com normalidade, ou seja o povo foi ensinado desde cedo, principalmente pela opressão e pela religião achar normal discursos de ódios racistas, LGBTfobicos, machistas, misóginos, transmisoginos, xenófobos, etc. - Aliás toda forma de discriminação vem da burguesia, seja direta pela repressão da elite ou seja indireta ao colocar um povo contra o outro, minoria contra minoria facilitando o poder e o controle dos opressores na sociedade.

Mas afinal de contas o que seria o "ódio do bem", e porque ele está sendo utilizado de maneira muito forte e hipócrita pelos conservadores, os Bolsominions e a extrema-direita? 

 Todos sabemos que todo grupo que é reprimido uma hora se revolta contra o opressor, a opressão e o sistema. Embora aqui no Brasil, nós tivemos tido avanços importantes nos 13 anos dos governos de centro- esquerda de Lula e Dilma, avanços que causaram um ódio naqueles que estavam dominantes por 500 anos, ainda somos uma sociedade racista, (que ainda exclui a população negra de cursos importantes na Universidade como medicina, engenharia, direito, que exclui os negros de alguns mercados de trabalho, um país onde 68% da população carcerária é negra, num sistema punitivista onde negros que são encontrados com poucas gramas de entorpecentes são chamados de traficante enquanto o branco que vende drogas muita das vezes é chamado de usuário), uma sociedade machista (onde as mulheres ganham menos que os homens, onde a misoginia não é crime e é naturalizada, onde mulheres morrem apenas por serem mulheres e que mulheres trans são negadas seu gênero como mulheres e 90% dessas mulheres são jogadas à prostituição por serem excluídas do mercado de trabalho), uma sociedade LGBTfobica ( onde LGBTs são discriminados por serem quem são, ocupam pouquíssimos espaços no mercado de trabalho, são expulsos de casa por serem quem são, apanham e recebem insultos na rua como "viadinhos" e piadas preconceituosas apenas por trocarem afeto etc.

   Com tudo isso podemos perceber que as minorias são reprimidas historicamente e vêem suas repressões sofridas junto as injustiças sociais que são naturalizadas e reproduzidas pela sociedade. A partir  disso, as minorias começam a se revoltarem contra o opressor. Como toda opressão e repressão geram dor, as vítimas delas começam a responder com radicalismo e violência em prol da justiça social, pois não há mudança social de qualquer grupo, sem que haja a radicalização das lutas. Percebendo a resposta das minorias pelos danos que sofreram, a direita que sempre usou o ódio pra reprimir as minorias criam o termo "ódio do bem", que é usado principalmente pelos bolsonaristas sempre que uma minoria revida as opressões sofridas pelo sistema. 

Jamais confunda a violência do opressor com a reação do oprimido.

Essa frase acima do Malcolm X nunca deixou de ser atual, pois a voz de ódio do opressor é ouvida e respeitada, enquanto a dor do oprimido é silenciada e a reação do oprimido é reprimida.

 A sociedade deve entender e aprender que o extremismo das lutas são pelos sofrimentos que os grupos de privilégios , ou seja, as normas heterocisnormativas, branconormativas e machonormativas nos promove, além disso devemos fazer com que a sociedade tenha consciência de que toda opressão não deve ser naturalizada que o ódio surge de quem está no poder e não das minorias que sofrem, ou seja pessoas racistas, misóginas e LGBTfobicas que criam o ódio. Para que isso ocorra o necessário é que a esquerda e os movimentos se aproximem das pessoas mais vulneráveis ao discurso conservador e a reprodução deles, que são a população mais pobre. Para que haja esse diálogo, é preciso, ouvir e entender o que leva o povo a reproduzir as opressões, pois eles também são vítimas do sistema mas acabam pela alienação como ja dizia Karl Marx, ficam cegas pela realidade que vivem.

 Devemos levar em conta que como disse antes, a maioria dos conservadores são pessoas pobres e muita das vezes evangélicos. Nem todos evangélicos são  preconceituosos e nazi/fascistas mas muitos deles reproduzem a lógica preconceituosa, temos que levar em conta que foram um cabo eleitoral fiel do Bolsonazi (os católicos e kardecista não ficaram atrás).

  O que me espanta é que os mesmos conservadores e nazi/fascistas que usam o termo "ódio do bem" pra atacar os movimentos sociais, os LGBTS, as feministas, o movimento negro e a esquerda, são os mesmos que dizem seguir a Cristo mas fazem arminha, discursos de ódio e pregam o porte de armas. Como já disse acima, nem todos os cristãos são nazi/fascistas mas o que deu pra ver principalmente nos últimos 7 anos foram alguns ditos seguidores de Cristo, como pastores milionários e ladrões, Silas Malacheia, Edir Macedo, Valdomiro Santiago, R.R Soares, Marco Feliciano e personalidades gospeis que diziam pregar o amor cristão como Aline Barros e Eyshila por exemplo apoiando o nazi/fascismo e o Bozo, além de usar ataques homofobicos e o discursos de morte em nome de Deus. Se fosse pra falar em "ódio do bem", deveriam falar do próprio ódio do bem cristão, vocês não acham?


Rico Campeao da A fazenda 13

 O Rico tem os seus defeitos assim como a Jojo Toddynho tinha, a Juliette também tinha e que todos tinham, mas ele merece ser campeão porque...